Reforma Tributária 2026–2033: o que muda, quando muda e quem será mais impactado

Reforma Tributária 2026–2033: o que muda, quando muda e quem será mais impactado

Publicado em22/12/2025

Tempo leitura10min 25s

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A Reforma Tributária marca a maior mudança na tributação sobre bens e serviços no Brasil nas últimas décadas. A partir de 2026, entra em vigor um novo modelo baseado em dois tributos principais: CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços)IBS (Imposto sobre Bens e Serviços), que substituirão gradualmente impostos hoje conhecidos, como PIS, Cofins, ICMS e ISS.

Apesar de a transição ser gradual e se estender até 2033, as decisões tomadas a partir de agora — especialmente sobre emissão de notas fiscais, organização de despesas e enquadramento tributário — influenciam diretamente como empresas e prestadores de serviços sentirão os efeitos da Reforma no futuro.

Este conteúdo reúne uma visão macro, técnica e prática, pensada para quem já é cliente e quer estar bem informado sobre a Reforma Tributária de uma vez, com clareza e sem juridiquês.

O que você vai ver neste artigo

  • O que é a Reforma Tributária e por que ela foi criada
  • O que são IBS e CBS e quais impostos eles substituem
  • Como funcionam as novas alíquotas, inclusive no ano de teste
  • Quando a Reforma começa a valer e como será a transição
  • Impactos iniciais no Simples Nacional e no Lucro Presumido
  • O que observar desde agora para se preparar melhor

O que é a Reforma Tributária

A Reforma Tributária tem como objetivo simplificar a tributação sobre o consumo, criando um sistema mais transparente, previsível e uniforme em todo o país. Hoje, empresas lidam com múltiplos tributos, regras diferentes entre estados e municípios e grande complexidade operacional.

Com a Reforma, o Brasil passa a adotar um modelo baseado em dois tributos principais, com regras mais padronizadas e foco maior na circulação econômica de bens e serviços.

O que são IBS e CBS

A nova estrutura da Reforma Tributária se apoia em dois tributos centrais.

O que é a CBS

CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) é um tributo federal que substitui o PIS, a Cofins e parte do IPI. Ela incide sobre a receita gerada na venda de bens e na prestação de serviços, seguindo a lógica da não cumulatividade, ou seja, com possibilidade de abatimento de créditos conforme regras definidas em lei.

O que é o IBS

IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) é um tributo de competência estadual e municipal, criado para substituir o ICMS e o ISS. Ele unifica a tributação sobre o consumo em uma única base, com regras mais homogêneas entre estados e municípios.

Na prática, CBS e IBS passam a ser os principais tributos sobre o consumo no Brasil.

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Como funcionam as alíquotas da Reforma Tributária na prática

Um ponto importante da Reforma Tributária é que as novas alíquotas não entram em vigor de forma integral logo no início. O modelo foi desenhado para permitir adaptação gradual de empresas, sistemas e administrações públicas.

Ano de teste: 2026

Em 2026, a Reforma entra em uma fase experimental, chamada de ano de teste. Nesse período:

  • CBS terá alíquota de 0,8%;
  • IBS terá alíquota de 0,1%;
  • alíquota total será de 0,9%;
  • Os tributos atuais continuam sendo cobrados normalmente.

Essa fase não tem como objetivo aumentar carga tributária, mas sim testar sistemas, emissão de documentos fiscais e controles, permitindo que empresas se adaptem ao novo modelo.

Quando a Reforma Tributária começa a valer: linha do tempo completa

A Reforma Tributária não entra em vigor de forma imediata. Ela foi desenhada para acontecer em fases, permitindo adaptação gradual de empresas, sistemas e administrações públicas.

 

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2026: ano de teste

  • Início da vigência formal da CBS e do IBS.
  • Alíquotas reduzidas, com função de teste.
  • Tributos atuais continuam existindo simultaneamente.
  • Objetivo principal: adaptação de sistemas, notas fiscais e controles.

2027 a 2028: transição federal

  • Substituição progressiva de PIS e Cofins pela CBS.
  • Ajustes regulatórios e consolidação do novo modelo federal.

2029 a 2032: transição estadual e municipal

  • Redução gradual do ICMS e do ISS.
  • Ampliação do papel do IBS.
  • Ajustes entre estados e municípios.

2033: modelo consolidado

  • Extinção definitiva de PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS.
  • CBS e IBS passam a ser os únicos tributos sobre consumo.

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Impactos no Simples Nacional

Simples Nacional não será extinto com a Reforma Tributária. As empresas optantes continuam nesse regime, com recolhimento unificado.

Nos primeiros anos:

  • A CBS e o IBS passam a integrar a lógica do DAS;
  • A alíquota de 0,9% em 2026 não substitui os tributos atuais;
  • O foco está na adaptação de sistemas e informação fiscal.

Ao longo da transição, alguns prestadores de serviços precisarão avaliar com mais cuidado se permanecem exclusivamente no Simples ou se analisam alternativas, especialmente quando houver opção pelo Regime Regular.

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Impactos no Lucro Presumido

Para empresas no Lucro Presumido, a Reforma Tributária altera principalmente a tributação sobre o consumo.

Na prática:

  • IRPJ e CSLL permanecem inalterados;
  • A lógica de CBS e IBS passa a influenciar diretamente a formação de preços;
  • organização das despesas ganha importância, pois nem todas geram efeitos no novo modelo.

Empresas com pouca formalização de informações fiscais tendem a enfrentar mais dificuldades durante a transição.

Quem tende a sentir mais impacto

Alguns perfis devem sentir os efeitos da Reforma Tributária com mais intensidade:

  • Prestadores de serviços com estrutura enxuta;
  • Empresas com custos concentrados em mão de obra;
  • Negócios fortemente dependentes do ISS municipal;
  • Empresas sem controle organizado de despesas.

Isso não significa aumento automático de impostos, mas indica que informação e organização passam a ser decisivas.

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O que observar desde agora

Para começar a se preparar para a Reforma Tributária, algumas ações podem ser consideradas desde já, independentemente do regime tributário:

  • Revisar a atividade exercida e a forma como ela é descrita na nota fiscal, garantindo coerência entre operação real e enquadramento.

     
  • Entender quais tributos hoje incidem sobre seus serviços e quais serão substituídos por IBS e CBS ao longo da transição.

     
  • Identificar quais tipos de despesas fazem parte da operação, mesmo sem avaliar ainda se geram ou não efeitos tributários no novo modelo.

     
  • Acompanhar o ano de teste de 2026, em que a alíquota total de 0,9% (0,8% CBS + 0,1% IBS) será aplicada, para observar impactos práticos.

     
  • Avaliar se o regime tributário atual continuará fazendo sentido no médio prazo, especialmente para prestadores de serviços.

     
  • Manter atenção às atualizações da legislação e regulamentações complementares, que serão publicadas durante a transição até 2033.

     
  • Buscar informação técnica confiável, evitando decisões baseadas apenas em simulações genéricas ou comparações superficiais.

Perguntas frequentes sobre a Reforma Tributária

Quando a Reforma Tributária começa a valer de fato?
A partir de 2026, com a fase de testes, e de forma definitiva em 2033.

Qual será a alíquota da Reforma Tributária em 2026?
Em 2026, a alíquota total será de 0,9%, sendo 0,8% de CBS0,1% de IBS, sem substituição imediata dos tributos atuais.

Esses novos tributos substituem quais impostos?
A CBS substitui PIS, Cofins e parte do IPI. O IBS substitui ICMS e ISS.

Prestadores de serviços pagarão mais imposto com a Reforma?
Depende da atividade, da estrutura de custos e do regime tributário. Não há aumento automático.

Preciso mudar algo agora por causa da Reforma Tributária?
Não é necessário mudar imediatamente, mas é importante acompanhar o tema e manter as informações fiscais organizadas.

Conclusão: um ponto de ação prático

A Reforma Tributária não exige decisões imediatas, mas exige preparação consciente. Um bom primeiro passo é entender como sua atividade é tributada hoje, quais despesas fazem parte da operação e como as informações fiscais estão organizadas.

A partir disso, acompanhar a evolução da Reforma ao longo de 2026 e dos anos seguintes se torna muito mais simples — e menos arriscado.

Nos próximos conteúdos, vamos aprofundar os impactos específicos no Simples Nacional e no Lucro Presumido, ajudando você a atravessar essa transição com mais clareza e segurança.

Erico Azevedo

Escrito por:

Erico Azevedo

Empreendedor serial e CEO da Contabilidade.com, plataforma contábil completa para CNPJs. Também é sócio-fundador do Contbank, primeira solução de BPO e Gestão Financeira Simplificada com Inteligência Artificial e Open Finance. Em 2018, fundou a Wabbi Software, primeira plataforma contábil em nuvem do Brasil, posteriormente vendida à ContaAzul, onde se tornou sócio e acionista. Além da carreira empreendedora, é pesquisador, com Doutorado em Engenharia Elétrica pela UNICAMP e Doutorado em Psicologia pela PUC/SP. Autor de diversos livros e pesquisas sobre campos informacionais e intuição, é fundador da Associação Oriont, dedicada ao estudo da consciência. Editor e coautor do livro científico “Information Fields Theory and Applications: Quantum Communication in Physics and Biology” (Springer Nature, 2025) e autor de “Intuição: do mistério à maestria”, obra que conecta ciência, percepção e autoconhecimento. Com muita experiência na interseção entre tecnologia, finanças, psicologia e inovação, Erico Azevedo é referência em liderança, empreendedorismo e inovação organizacional no Brasil e no exterior.

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